Decisão garante à família Suzin o plantio e o porte de maconha medicinal para tratamento de pai e filho em Goiás

“Agora eu tenho segurança para me tratar e tratar meu pai”, diz o empresário Filipe Barsan Suzin sobre a liminar que garantiu habeas corpus preventivo que dá a ele e ao pai, Ivo Suzin, o acesso à maconha medicinal em Goiás. A decisão garante que eles não sejam presos, investigados ou tenham as plantas apreendidas pela polícia.

A decisão da Justiça Federal de Goiás, da última segunda-feira (13),  garante também o cultivo, o uso e porte de cannabis (maconha), sementes e derivados por Ivo e Filipe. Os dois podem também cultivar a planta em casa, além de importar sementes, apenas na quantidade suficiente para plantio na residência deles.

O pedido ainda libera o transporte e remessa de plantas e flores para teste de quantificação, análise de canabinoides, extração do óleo medicinal, aos órgãos, entidades e instituições de apoio e pesquisa e universidades. 

O salvo conduto, no entanto, não autoriza os pacientes a venderem ou cederem a planta cannabis, sementes ou derivados para consumo ou comercialização de outras pessoas.

Vitória

Filipe diz sentir um pouco de dificuldade em explicar a alegria que sentiu ao receber a notícia da decisão judicial na manhã de terça-feira (14). Ele afirma que ficou o dia todo “processando” a informação, mas que a partir de agora poderá se dedicar de forma mais tranquila em melhorar a qualidade de vida dele e do pai.

O pai, seu Ivo, tem alzheimer e faz uso da planta medicinal há pelo menos um ano. Segundo a família, o tratamento trouxe de volta a lucidez dele, o que melhorou a vida de todos na residência dos Suzin. Filipe é paciente de leucemia e também utiliza a maconha para tratamento de efeitos colaterais.

“Essa vitória representa segurança e qualidade de vida para a minha família. Agora posso ir atrás de ajuda e conhecimento sem medo, pois garante que posso remeter as plantas para estudo e pesquisar a melhores a serem usadas no tratamento. Abre muitas portas para  a medicina”, reforça Filipe.

Decisão

De acordo com o advogado da família e diretor da Agape, Yuri Ben Hur Rocha Tejota, a decisão judicial representa um marco pra Goiás. Ele diz se tratar do primeiro habeas corpus de cultivo de cannabis em Goiás. “Como é uma decisão que atinge somente a família Suzin, alguns podem pensar que somente eles são os beneficiados, mas sei que essa vitória representa uma luz de esperança pros goianienses que pretendem buscar o mesmo direito que o Filipe na justiça federal”, avalia.TÓPICOS

Fonte: Mais Goiás